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Deixa eu mijar
Macaco guariba, bugio, barbado (Alouatta seniculus).
Humano civilizado não urina mais assim não, humano tem um quartinho educadamente fechado e deposita seus dejetos e puxa a água, enviando no esquecimento de uma fossa ignorada até contaminar as redondezas e transbordar. O macaco mijão é um sábio ignorante que faz a coisa certa, pois o macaco e a floresta existem desde centenas de milhares de anos. A medida que o nosso protagonista for avançando na floresta devolve os nutrientes que a floresta lhe ofereceu. Obrigado pelas frutas, dona árvore! Obrigado pelos minerais, seu macaco!
O homem atual ‘civilizado’ existe desde algumas centenas de anos e nesse brevíssimo período de tempo já fez muito estrago, pondo em risco uma quantidade absurda de espécies e ele mesmo. Mas que posso fazer com este ‘dejeto’ nem tão problemático? Certamente há coisas piores, mas permanecendo no assunto da foto: se a mijada do macaco é louvável, qual seria uma atitude humana ‘civilizada’, e louvável?
Vamos sair da caixinha, tudo começa com a curiosidade… vamos googlear urina! E… caramba! um assunto tão escondido para a normalidade espoca em mil direções: curar doenças, lavar os olhos, afiar o sistema imunológico, compostagem, adubar plantas, estranhas ideias…
É certo que não seria louvável sair mijando por todo lado, como o macaco, o humano ‘civilizado’ use suas tecnologias para tomar consciência do dejeto esquecido, há muitas maneira, mas para citar apenas uma: biodigestores para produção de insumos que não envenenam.
O que eu estranhei mesmo foi o cabocloHá o caboclo de terra firme, mais dedicado à caça e agricultura, ele conhece e se movimenta com agilidade na floresta densa das terras altas. Há o ribeirinho que habita as beiras de rio, mais dedicado à pescaria e aos cultivos de curto prazo acompanhando o fluxo das águas. Pele parda, fruto de séculos de miscigenação entre os índios nativos e muitos outros povos – principalmente brasileiros do Nordeste, portugueses, bolivianos, peruanos, colombianos, sírios, libaneses e judeus – pioneiros da época anterior ao ciclo da borracha ou que tomaram parte no boom. Com o tempo, os caboclos absorveram a sabedoria milenar derivada de muitas etnias indígenas. More vaqueiro quando, no curral, cuidando gado, e uma das vacas jorrou uma cachoeira de urina. Eu me afastei, mas o caboclo se aproximou, colocou as mãos em concha e, olhou para mim sorrindo e, coletou o líquido dourado e, lavou prazerosamente a cara, voltando a sorrir pra mim. Senti o nojo de toda pessoa ‘normal’, mas não durou muito. A curiosidade pulou no curral, olhou para o vaqueiro sorridente, ancião com cara de criança, pele de criança, vida de criança.
A130_6851 – Leonide Principe
Equipment: NIKON D2X with lens AF-S VR Zoom-Nikkor 70-200mm f/2.8G IF-ED set at 200 mm – Exposition: ISO: 100 – Aperture: 2.8 – Shutter: 1/30 – Program: Normal – Exp. Comp.: -0.7,
Original digital capture of a real life scene –
Original file size: 4320px x 2868px
Location: ParanáParaná – (do Tupi para’ ná, semelhante ao mar). O braço de um rio que alimenta a água de volta para o mesmo rio a jusante ou para outro rio. Os Paranás ocorrem com frequência na Bacia Amazônica e muitos deles são densamente povoados. More do Ariaú (Iranduba – Amazonas Brazil)
Date: December 21, 2010 – Time: 4:38:20 PM
Collection: Monkeys – Persons shown: none
Keywords:
guariba-ruiva, Alouatta seniculus, bugiu, macaco-uivador, red howler monkey, macacos, apes, monkeys, primates, mamíferos, mammals, FAUNA, animals, paraná do Ariaú, Ariau parana, Iranduba, Amazonas, Amazônia, Amazon, Amazonian, Brazil, Brasil, Brazilian, América do Sul, South America
EN1 Let me piss A130_6851
PT1 Deixa eu mijar A130_6851
© – Leonide Principe, all right reserved
https://leonideprincipe.photos
NFT disponível na OpenSea

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Evitando a briga
O guariba macho (Alouatta seniculus), como o da foto, é aquele que grita, por conta do tamanho do osso hióide. Bugios emitem vocalizações poderosas, que podem ser ouvidas à quilômetros de distância. As vocalizações acabam por impedir que outros grupos se aproximem, evitando encontros agressivos diretos.
“A caçada aos guaribas é extremamente difícil. Eles se escondem na fronde das árvores mais altas, entre as touceiras de cipós, e ficam lá por horas, sem se mostrarem. Quando atingidos por flechas, que devem romper toda aquela couraça de lianas, os guaribas gritam de modo assustador, arrancam as flechas do corpo e as quebram com gestos muito humanos.
“Darcy Ribeiro – Diários Índios (Cia. das Letras, 1996).
A130_6852 – Leonide Principe
Equipment: NIKON D2X with lens AF-S VR Zoom-Nikkor 70-200mm f/2.8G IF-ED set at 200 mm – Exposition: ISO: 100 – Aperture: 2.8 – Shutter: 1/30 – Program: Normal – Exp. Comp.: -0.7,
Original digital capture of a real life scene –
Original file size: 4320px x 2868px
Location: Paraná do Ariaú (Iranduba – Amazonas Brazil)
Date: December 21, 2010 – Time: 4:38:36 PM
Collection: Monkeys – Persons shown: none
Keywords:
guariba-ruiva, Alouatta seniculus, bugiu, macaco-uivador, red howler monkey, macacos, apes, monkeys, primates, mamíferos, mammals, FAUNA, animals, paraná do Ariaú, Ariau parana, Iranduba, Amazonas, Amazônia, Amazon, Amazonian, Brazil, Brasil, Brazilian, América do Sul, South America
EN2 Avoiding the fight A130_6852
PT2 Evitando a briga A130_6852
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Versão 0.1 – Texto não revisado, ainda
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